Muitas vezes me sinto fora do mundo, um intruso, um hóspede indesejado. Caras feias me assustam, falatórios me intimidam. Eu sou quieto... assustado... medroso...inseguro. Eu abro mão do que for preciso para não incomodar, faço passagens ligeiras para que não me percebam. Até que no meio dessa caminhada uma mão me segura, me pede pra ficar, não me dá escolhas.
Ando por aí, mas deixo pegadas. Eu não sabia, achava que o vento era capaz de apagá-las. Mas andei por terrenos, onde o vento não tem força para apagar as pegadas. Então pude ser seguido, pude ser encontrado, eu já não era mais uma sombra. Eu deixava marcas...
E eu já não caminhava mais sozinho, minhas marchas já não aconteciam com tanta frequencia, eu não me assustava mais com tanta facilidade, eu tinha um lugar. Um lugar que eu jamais pensei que pudesse ficar e permenacer, mas eu não podia mais sair... não por mim, mas porque as mãos me seguravam, os desdos se entrelaçavam com os meus, e aquele calor me fazia ficar.Eu tenho que ficar, eu quero ficar... Eu encontrei o meu lugar.








